domingo, 31 de agosto de 2014

INTOLERÂNCIA NOS ESTÁDIOS


ZERO HORA 31 de agosto de 2014 | N° 17908


JONES LOPES DA SILVA


COMO ESTANCAR O RACISMO

INCONFORMADO COM AS ofensas racistas nos estádios, no início de julho movimento de gremistas promoveu seminário para coibir em estatuto a discriminação, com base em documento inédito no futebol brasileiro, redigido por sociólogo gaúcho. Dois meses depois, porém, medida não avançou



O procurador federal Renato Moreira viajou sexta-feira ao Rio, por coincidência, no mesmo voo em que a delegação do Santos retornava para casa. Havia um silêncio incomum entre o grupo de jogadores, apesar dos festejáveis 2 a 0 sobre o Grêmio. Bem perto da poltrona de Moreira, o goleiro Aranha se mostrava abatido. Recém havia registrado na delegacia queixa pelas agressões raciais sofridas na noite anterior na Arena.

Moreira, vice-presidente do Grêmio, ele próprio o mais envolvido em soluções internas contra o racismo, não se sentiu com coragem de falar com o goleiro. Estava envergonhado demais.

Quando o dirigente chegou ao flat onde se hospeda no Rio, o porteiro, que já o conhecia, mostrou uma camiseta do Grêmio a um canto da portaria e disse:

– Eu ia pedir um autógrafo, mas desisti. Depois daquilo que aconteceu ontem (sexta-feira), vou deixar para lá.

De novo Moreira ficou sem jeito, e se sentiu um derrotado no combate ao racismo, apesar dos alertas no telão da Arena antes do jogo de quinta-feira, das faixas contra a discriminação puxadas por Zé Roberto e Marcelo Grohe e das campanhas veiculadas pelo clube na tentativa de coibir os gritos de “macacos” e os grunhidos de “hu,hu,hu” da torcida.

O que fazer? Em julho, o grupo político de Moreira, Movimento Grêmio Vencedor (MGV), promoveu um seminário sobre ações concretas contra discriminação. Discutiram a proposta do sociólogo Edilson Nabarro, 60 anos, diretor do Departamento de Programas de Acesso e Permanência e das Ações Afirmativas da UFRGS, negro e gremista “de família”.

Segundo Nabarro, nada adianta ser contra o racismo se o clube não adota regulamento interno com prevenção e punição definidas em estatuto.

– É preciso um protocolo de combate à violência e ao racismo, previsto em estatuto, a responsabilidade é do clube – defende Nabarro, há anos ligado aos movimentos negros do Estado.

O MGV convidou ao seminário os mais de 300 conselheiros e muitos raros apareceram. Apenas o presidente do Conselho, Milton Camargo, esteve presente nos painéis que debateram o documento “Compromisso com a cultura da paz nos estádios e erradicação do racismo e todas as formas de intolerância” – o primeiro ordenamento de ações contra o racismo de que se tem notícia já apresentado dentro de um clube brasileiro.

PROPOSTAS EDUCADORAS PARA DIRIGENTES E TORCIDA

Também o juiz de Direito Marco Aurélio Xavier, o procurador do TJD, Alberto Franco, e representantes do Juizado Especial Criminal (Jecrim) e da FGF deram sustância ao encontro, que, apesar de pioneiro, não evoluiu, passados dois meses.

As propostas são educadoras. Começam pelos objetivos de conscientizar dirigentes, comissão técnica, jogadores e sócios, promover ações humanitárias, abolir os “cânticos com conotação racistas ou de desprezo a outros grupos discriminados”, alertar as organizadas sobre “as consequências individuais e coletivas do racismo”, estimular seminários contra o violência. Passam pela metodologia de avaliações periódicas, com comissões de relatorias e acompanhamentos de pessoas ligadas ao direitos humanos, OAB, FGF, sindicato dos jogadores e movimento negro.

A ideia, embora discutida no âmbito do Grêmio, é fazer do projeto uma referência ao futebol brasileiro.

– Seria um exemplo aos outros clubes do país, que também sofrem com atos racistas entre as torcidas – propõe Nabarro, que há dois anos lida com o assunto.

Em 2013, o sociólogo encontrou o presidente Fábio Koff na churrascaria Barranco, em Porto Alegre. Incomodado com os insultos endereçados a jogadores negros no Olímpico e depois na Arena, Nabarro foi conversar com o dirigente:

– Senhor Fábio Koff, sou um gremista inconformado com as ofensas racistas no estádio.

O presidente ouviu Nabarro e lhe disse que um de seus assessores o procuraria outro dia para promover um encontro à procura de soluções. Até hoje Nabarro aguarda o tal assessor.

A aproximação com Moreira ocorreu mais tarde, porque ambos trabalham na UFRGS.

– Ainda vamos realizar um segundo seminário e, só então, redigiremos um documento definitivo, a ser encaminhado à direção do Grêmio – disse Moreira.

Também a arbitragem nacional precisa se reciclar. No país inteiro não há orientações de como o árbitro deve proceder quando surgem manifestações racistas em campo. Na quinta-feira, o juiz goiano Wilton Pereira Sampaio não deu atenção aos alertas do goleiro Aranha, que sofria as ofensas em durante a partida.

Numa primeira versão da súmula do jogo, nem registrou as agressões. Somente na sexta-feira pela manhã, depois da repercussão nacional, houve adendo à súmula, com a inclusão do caso.

– Sem regra, o árbitro teme enfrentar o assunto (do racismo). Pode ser prejudicado pelo clube ou por quem comanda a arbitragem – diz Márcio Chagas, ex-árbitro, hoje comentarista, vítima de um caso de repercussão de racismo no futebol.

sábado, 30 de agosto de 2014

IDENTIFICAR E PUNIR


ZERO HORA 30 de agosto de 2014 | N° 17907


EDITORIAIS

Episódios como o da última quinta-feira na Arena do Grêmio devem ser debatidos amplamente, até que se dissemine pelo país a ideia de que práticas toleradas no passado já não podem mais ser aceitas.



A jovem torcedora do Grêmio flagrada pela televisão no momento em que ofendia o goleiro do Santos com injúrias raciais já foi identificada e certamente será responsabilizada legalmente por seu ato. Espera-se que outras pessoas que tiveram atitude semelhante também sejam punidas na medida exata de sua participação no lamentável episódio. Manifestações racistas têm que ser combatidas sem tréguas, no futebol e em outros setores da sociedade. Tão importante quanto a punição, porém, é a formação de uma cultura de conscientização e de convivência com a diversidade em todas as suas formas.

Por isso é essencial que episódios como o da última quinta-feira na Arena do Grêmio sejam debatidos amplamente, até que se dissemine pelo país a ideia de que práticas toleradas no passado já não podem mais ser aceitas. Xingamentos e ofensas de natureza racial são fáceis de identificar, mas o preconceito sutil – o grito anônimo no meio da multidão, as piadinhas, os apelidos aparentemente inocentes – também contribui para a discriminação.

O futebol é hoje, talvez, a vitrine mais visível do racismo. No caso referido, porém, deve-se ressalvar que a maioria das 30 mil pessoas presentes ao jogo Grêmio x Santos não compartilha, não aceita e não pode ser responsabilizada pela estupidez dos torcedores que ofenderam o goleiro Aranha. Da mesma forma, o clube parece disposto a colaborar nas investigações policiais e a contribuir para que essas pessoas sejam excluídas de sua torcida.

Não pode ser de outra maneira. Por mais que as atitudes racistas causem indignação, seus autores têm que ser punidos na exata dimensão de suas responsabilidades. Punições generalizadas, que possam atingir também inocentes, não são justas nem dissuasórias. Porém, é inaceitável que se deixe de punir sob o pretexto da dificuldade de identificação. Atualmente, com a proliferação de câmeras de vigilância, com as transmissões por televisão e com a produção individual de imagens através de celulares e smartphones, há muito mais recursos para uma investigação criteriosa que leve efetivamente aos autores das injúrias.

Para sermos eficientes no combate à discriminação, é impositivo que sejamos, acima de tudo, justos nos nossos critérios de avaliação e julgamento.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

TORCEDORA VIRA SÍMBOLO DO RACISMO NOS ESTÁDIOS

ZERO HORA 29/08/2014 | 18h36

Com exposição nas redes sociais, torcedora vira símbolo da cultura racista nos estádios
Patrícia Moreira da Silva, 23 anos, foi flagrada xingando o goleiro santista de “macaco” na noite da última quinta-feira na Arena

por Vanessa Kannenberg


Gremista foi flagrada por câmeras de televisãoFoto: Reprodução


Uma jovem de 23 anos, auxiliar de um centro odontológico na Capital, saiu do anonimato de uma hora para outra. Ainda que não tenha sido a única a gritar xingamentos racistas ao goleiro Aranha, do Santos, na derrota do Grêmio na Arena na última quinta-feira, Patrícia Moreira da Silva tornou-se o rosto do preconceito.

Mesmo acompanhada por outros torcedores na atitude, até agora, apenas a jovem perdeu o emprego, sumiu das redes sociais, não atende ao celular e não foi mais vista por vizinhos e amigos.

Patrícia foi parar em jornais, sites e redes de televisão do país inteiro – e até de fora do Brasil. Milhares de comentários em redes sociais (muitos deles ofensivos) criticaram a atitude da jovem. O linchamento virtual culminou na exclusão dos perfis pessoais dela no Facebook e no Instagram. O que Patrícia fez na Arena configura crime de injúria racial e deve ser investigado pelo Ministério Público.

— Vítima ela não é, ela é culpada. Mas um crime não elimina o outro. Ela errou e deve ser punida, mas isso não justifica os insultos (que ela recebeu). Não é por aí que vamos resolver as coisas — defende Mauricio Corrêa da Veiga, pós-graduado em Direito e presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB-DF.


Autor do livro A evolução do futebol e das normas que o regulamentam — Aspectos trabalhista-desportivos, Veiga acredita que a punição tem caráter pedagógico e evita a repetição:

— Por mais que não tenha antecedentes (criminais) e possa ter sido movida pelo que os outros estavam fazendo, ela cometeu um crime. Se não for punida, outros vão achar que podem fazer igual — disse.

A doutora em Psicologia Raquel da Silva Silveira, professora e integrante do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFRGS, considera positiva a repercussão e é enfática:

— Não acho que esteja havendo uma vitimização dela (nas redes sociais), mas uma responsabilização. Vítima é o negro que foi chamado de macaco. Ela está sendo responsabilizada publicamente pelo ato errado, o que é bom, porque significa que as pessoas estão desaprovando essa prática — aponta Raquel.


Sobre o fato de a auxiliar em odontologia ter sido descoberta e “denunciada” pelos internautas, André Fagundes Pase, professor de Comunicação Digital da PUCRS, acredita que seja uma característica do comportamento virtual atual.

— Apontar e caçar o culpado, seja nesse caso da torcedora ou como no Caso Bernardo, não resolve o problema. Uma campanha nas redes não vai acabar com o racismo. Precisamos achar formas de discutir mais a fundo esse problema — propõe Pase.

Roberto Romano, professor de Política e de Ética da Unicamp, acredita que Patrícia deveria vir a público para pedir desculpas e "desarmar os ataques virtuais".

— Não que ela mereça ser desculpada. Ela tem de pagar por ter diminuído outro ser humano. Mas as pessoas que a insultam estão sendo tão selvagens quanto ela — afirmou Romano.

Para o especialista, a ética é algo que se aprende e que passa a ser automático, o que signfica que Patrícia pode ter reproduzido uma ação, "mesmo sem perceber", mas que isso não elimina o erro.



RACISMO É CRIME E TEM DE SER PUNIDO


BLOG DA ROSANE DE OLIVEIRA, 29 de agosto de 2014




De novo, a vergonha por mais uma manifestação racista no meu Estado. Vergonha maior porque essa manifestação nojenta veio da torcida do Grêmio, o time pelo qual tenho simpatia desde criança. Vergonha porque não é a primeira, nem a segunda, nem a última vez. Enquanto não houver punição para esses idiotas que se dizem torcedores, continuaremos a lamentar o que aconteceu com Aranha, com Márcio Chagas, com Dani Alves e com tantos outros negros ofendidos em estádios. Aliás, o torcedor que chamou Dani Alves de macaco foi banido para a vida inteira dos estádios. Mas isso foi na Europa. Aqui o Grêmio emitiu uma nota de repúdio e muita gente vai achar que é suficiente. Não é!

Eu quero ver o que a justiça desportiva vai fazer. Aplicar multa? Banir o Grêmio da Copa do Brasil? Tirar o mando de campo por alguns jogos?

O que tem na cabeça essa mulher que aparece no vídeo xingando o jogador do Santos? Essa dona _ e os outros babacas que chamam adversários de “macaco imundo” ou fazem gestos que lembram os primatas _ devem achar que vieram ao mundo trazidos pela cegonha. Esquecem que somos todos descendentes de macacos e temos uma dívida histórica com os negros, por conta da escravidão.
Eu quero ver esses torcedores prestando serviços comunitários, lavando chão, pagando cestas básicas, sendo impedidos de ir aos estádios. Eu quero ver o Grêmio ajudando a polícia a identificar os criminosos. Sim, porque racismo é crime e está tipificado no Código Penal. Eu sei que os justos não podem pagar pelos pecadores, mas se os não-racistas ficam de braços cruzados diante de uma manifestação racista, e isso tem sido recorrente na Arena, merecem a punição de passar algum tempo sem poder ver seu time jogar. Defendi a puniçãopara o Esportivo, quando ocorreu com Márcio Chagas, reafirmo agora quando se trata do meu time do coração.

Estamos na Era das selfies e dos vídeos para tudo. Que cada um faça a sua parte e denuncie os criminosos que fazem manifestações racistas, para que um dia tenhamos respeito nos estádios de futebol.


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ATOS DE RACISMO NA TORCIDA DO GRÊMIO

ZH 29/08/2014 | 01h26
Grêmio pode ser punido no STJD por ato de racismo de torcedores contra Aranha. Clube pode perder mandos de jogo ou até ser excluído da Copa do Brasil



por Adriano de Carvalho


Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS

As injúrias raciais proferidas por um grupo de torcedores do Grêmio ao goleiro Aranha, do Santos, no jogo desta quinta-feira pela Copa do Brasil, podem causar sérios prejuízos ao time gaúcho, mesmo que o árbitro Wilton Pereira Sampaio não tenha relatado o incidente na súmula divulgada no site da CBF.

O clube, que já foi multado em R$ 80 mil neste ano, por ofensas dirigidas pela torcida ao zagueiro Paulão, do Inter, na decisão do Gauchão, pode perder mandos de jogo ou até ser excluído da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Caso seja denunciado pela procuradoria do STJD, o Grêmio seria enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

Quando ouviu as manifestações, vindas do setor arquibancada norte na Arena, Aranha reagiu e o jogo chegou a ficar parado por conta do incidente. O goleiro gesticulou para o árbitro indicando que os torcedores imitavam gestos típicos dos macacos para ofendê-lo. Na saída de campo, o goleiro mostrou toda sua indignação.

— Fiquei bem nervoso. Com o perdão da palavra, fiquei p...Isso dói. Não é possível. Me chamaram de preto, de macaco. Bati no braço e disse que sou preto mesmo, se eles consideram isso como ofensa. Todo mundo que vem jogar aqui sabe que tem uns "artistas". Não são todos, mas acontece. O importante é eu vir aqui e falar, para que todos fiquem espertos — desabafou Aranha.

Conforme Alberto Franco, procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva do RS, o ocorrido pode ter desdobramentos ao clube e também à torcedora identificada em imagens capturadas pelo canal ESPN. O fato, exibido em rede nacional, gerou grande repercussão nas redes sociais. O vídeo mostra uma torcedora gritando a palavra "macaco" ao goleiro santista, além de um grupo de gremistas, que gritava "uh, uh, uh" na direção de Aranha.

— Existem três esferas. A administrativa, que é o Grêmio excluí-la do quadro social; a desportiva, que será julgada pelo STJD, e também a criminal, onde a torcedora responderá, caso identificada — explica Franco.

O assessor de futebol do Grêmio, Marcos Chitolina, afirmou que o clube não medirá esforços para identificar e punir os envolvidos no episódio.

— O Grêmio não é uma instituição racista. Foi um ato individual, a Arena tem as condições de identificar este torcedor. O Grêmio tomará as medidas cabíveis previstas pela lei — garante o dirigente.

A Brigada Militar solicitou o vídeo do incidente à Arena Porto-Alegrense, empresa que faz a gestão do estádio. Com 240 câmeras, sendo 25 delas de alta definição, o sistema de monitoramento grava as imagens em um servidor. Assim, podem ser disponibilizadas ao Grêmio, à Polícia ou ao Ministério Público para averiguações.

O Grêmio, em seu site, divulgou uma nota repudiando o incidente. Leia a íntegra:

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense lamenta e repudia o ato de racismo ocorrido na noite desta quinta-feira, durante partida realizada pela Copa do Brasil, na Arena do Grêmio. O Clube se solidariza com o atleta Aranha e com seu clube, Santos, ressaltando que atos como esse são fruto de atitudes individuais e isoladas, que em nada representam a grandiosidade e o respeito da torcida gremista.

Informamos que o Departamento Jurídico do Clube, em conjunto com a administração da Arena, já está tomando todas as medidas possíveis para que os envolvidos neste episódio sejam identificados e para que os materiais disponíveis sejam enviados às autoridades policiais, a fim de tomarem as providências cabíveis no âmbito criminal.

No que se refere às ações administrativas, caso os responsáveis identificados sejam sócios do clube, estes serão imediatamente suspensos do Quadro Social e proibidos de ingressar no estádio.
Reiteramos que o Grêmio tem sido um incentivador de iniciativas que visam coibir esse tipo de crime e que continuará alerta e atuante na luta contra a discriminação racial.


VÍDEO NA FONTE: 
http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2014/08/gremio-pode-ser-punido-no-stjd-por-ato-de-racismo-de-torcedores-contra-aranha-4586158.html



sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MORRE PROFESSOR AGREDIDO POR HOOLIGANS. VEREADOR SUSPEITO SEGUE EM LIBERDADE


Morre torcedor palmeirense e polícia pede prisão de vereador suspeito. Raimundo Faustino (PT) esteve na delegacia, mas segue em liberdade. Ele disse à polícia não ter usado madeira para agredir torcedor.

Do G1 São Paulo, 21/08/2014




O professor Gilberto Torres Pereira, que tinha 30
anos, foi morto no domingo. (Foto: Reprodução)

O professor Gilberto Torres Pereira, de 30 anos, torcedor do Palmeiras agredido em uma briga com corintianos no domingo (17), morreu em um hospital de Franco da Rocha na noite de quarta-feira (20), segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

A Polícia Civil disse já ter pedido a prisão preventiva vereador Raimundo Faustino (PT), de Francisco Morato, um dos suspeitos de participar da agressão. O advogado do vereador nega envolvimento de Faustino na briga.

O professor fazia parte da torcida organizada Mancha Verde. Ele foi agredido durante uma briga com torcedores do Corinthians perto da estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em Franco da Rocha, no domingo.

Atingido na cabeça por um pedaço de pau, ele teve traumatismo craniano e estava internado no Hospital Estadual de Franco da Rocha, onde passou por cirurgia. Na terça-feira (19), os médicos suspenderam sedativos, mas ele não reagiu.

Na quarta-feira (20), os exames indicaram a morte cerebral e a família resolveu doar os órgãos.

Trinta torcedores foram detidos logo após o confronto. Quatro palmeirenses foram indiciados por rixa e lesão corporal e três corintianos por rixa e tentativa de homicídio. Com a morte do torcedor, os corintianos irão responder por assassinato.

Raimundo Faustino se apresentou na delegacia na segunda-feira (18) e disse à polícia que reagiu a algumas agressões, mas que não usou a madeira. O vereador, que já tinha se envolvido em briga da torcidas anteriomente, não ficou preso porque já tinha passado o flagrante. Faustino, que é conhecido como Capá, não quis falar com os jornalistas.

Vereador Raimundo César Faustino, de Francisco Morato, chega a delegacia (Foto: Reprodução/TV Globo)

Segundo o advogado, Thiago de Siqueira Coscia, negou envolvimento do vereador na briga. “Ele não participou dos fatos, das ocorrências, nada que possa vincular a imagem dele a essas agressões”, disse.

Em nota, o PT de São Paulo informou que criou uma comissão especial para investigar o envolvimento de filiados do partido na briga e declarou repudiar veementemente os atos de violência.



MORRE TORCEDOR DO PALMEIRAS QUE BRIGOU COM CORINTIANOS EM ESTAÇÃO DE TREM



Do UOL, em São Paulo 21/08/201407h44


Bruno Thadeu


Gilberto Torres Pereira, torcedor do Palmeiras, morto após briga com corintianos em estação de trem em Franco da Rocha Reprodução/Rede TV!

O torcedor do Palmeiras, Gilberto Torres Pereira, morreu na noite de quarta-feira. Ele não resistiu aos ferimentos sofridos no crânio em briga com torcedores do Corinthians, domingo, em estação de trem em Franco da Rocha.

Membro da torcida Mancha Alviverde, Gilberto estava internado na UTI do hospital estadual de Franco da Rocha em estado gravíssimo desde domingo. Ele passou por cirurgia. O palmeirense teve morte encefálica às 22h de quarta-feira.

Pereira foi espancado com pedaços de madeira em confronto com torcedores do Corinthians. Quatro palmeirenses e dois corintianos foram detidos e encaminhados ao presídio de Franco da Rocha. Os instrumentos usados na pancadaria foram examinados pela polícia.

A briga começou após encontro entre torcedores da Gaviões da Fiel, que voltavam de um evento, e palmeirenses, que se dirigiam ao Pacaembu para o clássico contra o São Paulo.

"Estão dizendo que os corintianos voltavam de uma festa. Mas voltar de uma festa com pedaços de madeira?", questiona o presidente da Mancha Alviverde, Marcos Ferreira, que crê em uma emboscada armada pelos corintianos.

Apontado pela polícia como participante da briga que vitimou Gilberto Pereira, o vereador Raimundo Faustino (PT) foi indiciado pelos crimes de rixa qualificada e lesão corporal. Capá, como é conhecido, prestou depoimento à polícia na segunda-feira à tarde e foi liberado. O caso foi encaminhado à Justiça.

O advogado do vereador, Thiago Coscia, nega participação do cliente no confronto. Raimundo Faustino tem histórico de confusão. Ele foi flagrado em briga entre organizadas do Corinthians e do Vasco na arquibancada do estádio Mané Garrincha, no ano passado, durante partida das equipes pelo Brasileirão.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

NO GRENAL, GREMISTAS QUEBRAM 25 CADEIRAS NO BEIRA-RIO



CORREIO DO POVO 10/08/2014 22:03


Gremistas quebram 25 cadeiras no Beira-Rio e dão prejuízo de R$ 7,5 mil. Administração do Inter mandará conta para o Grêmio até quarta-feira




A torcida do Grêmio não fugiu à rotina dos clássicos nos novos estádios do Brasil. No Gre-Nal da tarde deste domingo no Beira-Rio foram encontradas 25 cadeiras quebradas, uma conta que será enviada ao Tricolor de pelo menos R$ 7,5 mil, do acordo feito entre os clubes.

O levantamento das 25 cadeiras quebradas e uma pia do banheiro será enviado ao Grêmio até a quarta-feira. É de praxe que o rival cubra os gastos com atos como este de vandalismo. O Inter garante já ter pago a conta das cadeiras quebradas no Gre-Nal da Arena, no início deste ano. O custo é de R$ 300 por peça. A maior parte dos objetos danificados estava no centro do espaço ocupado pela torcida gremista.

Em março deste ano, na final do Gauchão, os colorados presentes na Arena depredaram também objetos. Na época, a administração do estádio gremista não divulgou o número oficial de cadeiras quebradas, mas extraoficialmente o número divulgado foi de 191 assentos. A conta foi paga pelo Inter.

Neste domingo, pelo Brasileirão, o Colorado de Abel Braga venceu o Grêmio de Felipão por 2 a 0. Antes do jogo, as torcidas entraram em conflito no entorno do Beira-Rio.

Fonte: Lancepress

ANTES DO GRENAL, BRIGA DEIXA DUAS PESSOAS FERIDAS



ZERO HORA 11 de agosto de 2014 | N° 17887


GRENAL. Briga deixa duas pessoas feridas



Uma briga nas proximidades do Beira-Rio antes do Gre-Nal deixou duas pessoas feridas, conforme a Brigada Militar (BM). O confronto entre torcedores de Grêmio e Inter teria ocorrido na esquina da Rua A com a Avenida Padre Cacique, por volta das 14h30min.

De acordo com o subcomandante do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Antônio Carlos Maciel Júnior, um grupo de cerca de 15 gremistas teria se desgarrado do local sinalizado para concentração da torcida do clube, próximo ao BarraShoppingSul. Ao acessarem a Rua A por dentro do Parque Marinha do Brasil, foram confrontados por alguns colorados que chegavam ao estádio pela Avenida Padre Cacique. Houve troca de xingamentos e, em seguida, iniciou-se uma briga generalizada.

– (Os torcedores) Começaram a discutir e logo voaram pedras e cavaletes. Um torcedor do Grêmio de 30 anos e um menor de idade foram medicados pelo Samu e encaminhados ao HPS. – O mais jovem acredito que seja um morador de rua, nem estava identificado como torcedor. Estava no lugar e na hora erradas – diz Maciel.

O Hospital de Pronto Socorro confirma a entrada apenas do adolescente. Até ontem à noite, ele seguia internado na sala de suturas. A polícia garante que prestou o apoio necessário ao jovem ferido. O outro rapaz teria sido atendido no local e liberado.